PROTOCOLOS APRESENTADOS
NA IX JARGUS 2013
Amigos,
A Jornada da Associação Gaúcha de
Ultrassonografia (www.argus.org.br)
aconteceu dia 19 de outubro de 2013.
Esta JARGUS teve formato diferente.
Durante a Jornada apresentamos um conjunto de Protocolos dos exames
ultrassonográficos mais comuns que fazemos.
Os colegas elaboram os protocolos,
incluindo em sua revisão do seu assunto:
- Os
principais protocolos nacionais internacionais
- Realidades
de diferentes locais do RS, no que tange a aparelhos de US, formação dos
ultrassonografista, rotinas já usadas em exames
- Necessidade
específica dos profissionais que solicitam o exame em nosso estado.
Cada Protocolo tem a seguinte
sequência:
I - Orientações gerais
II - Objetivo e finalidades específicas do exame
III - Passos essenciais do exame, que recomendamos constar no relatório
descritivo
IV - Passos complementares recomendados
V - Outras recomendações
VI - Bibliografia
PROTOCOLO DE ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA
MORFOLÓGICA ou ESTUDO MORFOLÓGICO FETAL
Orientações gerais
- A Associação Gaúcha de Ultrassonografia - ARGUS alerta que a US
Obstétrica Morfológica difere da US Obstétrica Simples, como ilustra o quadro
abaixo:
|
US Obstétrica Simples
|
US Obstétrica Morfológica (II Trimestre)
|
|||
Período Ideal
|
Toda Gestação
|
20-24s
|
|||
Sinônimos
|
Ultrassonografia Obstétrica, Eco Obstétrica
(Transvaginal ou via Abdominal)
|
Revisão da Anatomia Fetal de 2º trimestre,
Ecografia Morfológica Fetal, Pesquisa de Marcadores Ultrassonográficos de 2º
trimestres
|
|||
|
|||||
Nº de exames na gravidez
|
Quantas necessárias
|
Como regra um
|
|
||
Objetivos (parâmetros)
|
Biometria fetal, localização de placenta,
quantidade de líquido amniótico, crescimento fetal
|
Avaliação de Marcadores para doenças genéticas,
Biometria fetal complementar, Descrição detalhada de toda morfologia fetal
|
|
||
Indicação
|
Para todas gestantes, em diversas fases da
gestação
|
Para todas gestantes para triagem
|
|
||
Fetos de Alto Risco para malformações (maior frequência)
|
|
||||
Quem faz?
|
Ultrassonografista Geral, - Ultrassonografista
Gineco / Obstetra
|
Especialista em Medicina Fetal ou US em
Gineco/Obstetrícia
Estudioso
de Medicina Fetal (treinamento específico)
|
|
||
|
|||||
Requisitos do Profissional
|
Conhecimentos básicos de Obstetrícia e Ultrassonografia
|
Conhecimentos profundos de Obstetrícia, Ultra-
Fisiopatologia Materno-fetal, Diagnóstico Sindrômico fetal, Infecções
Congênitas, Teratogênese
|
|
||
Aparelhagem necessária
|
Ecógrafo
|
Ecógrafo de alta resolução, preferentemente com
Doppler Colorido
|
|
||
Onde fazer?
|
Clínicas de imagem
|
Clínicas e consultórios de Referência
|
|
||
- Recomenda-se que seja acompanhada de uma US Obstétrica Simples ou
Básica.
- Recomenda-se que seja realizada de forma sistematizada e sequencial,
de forma que sejam analisados todos segmentos e sistemas fetais, buscando
diagnosticar ou descartar o maior número de defeitos estruturais fetais.
- Abaixo é mostrada uma figura com os principais cortes
ultrassonográficos recomendados na literatura atual.
Objetivos e finalidades
específicas do exame:
- Detecção de defeitos estruturais fetais
- Avaliação de biometria fetal complementar
- Orientar diagnóstico sindrômico
Passos essenciais do exame,
que recomendamos constar no relatório descritivo
·
Ultrassonografia
Obstétrica Simples
·
Biometria
Complementar
·
Cortes
ultrassonográficos fundamentais:
o
3
cortes tradicionais da US simples (plano transtalâmico, abdômen, fêmur).
o
3
cortes para avaliação do encéfalo e face (plano transventricular,
transcerebelar e lábios/narinas/palato). Recomeda-se também avaliação da
distância interorbital e mandíbula.
o
3
cortes para avaliação da superfície fetal (coluna longitudinal, coluna
transversal e parede abdominal).
o
3
cortes para avaliação do coração (quatro câmaras, VE e aorta, VD e artéria
pulmonar).
o
3
cortes para avaliação do tronco fetal (estômago/diafragma/coração, arco aórtico
e ductal, rins e bexiga). De forma mneumônica: Aorta, Bexiga, Coração, Diafragma,
Estômago, Fígado.
o
3
cortes para avaliação dos membros, (3 ossos membros superiores, 3 ossos membros
inferiores, orientação dos pés).
·
Todas
estruturas devem ser examinadas quanto a forma, simetria (no caso de membros),
tamanho (confronto com tabelas de normalidade para a idade gestacional).
·
Descrição
da morfologia fetal
·
Conclusões
do exame.
Biometria fetal complementar:
·
Avaliação
biométrica complementar da cabeça (cerebelo, ventrículos e cisternas, órbitas,
mandíbula)
·
Avaliação
biométrica do abdômen
·
Recomenda-se
medir pelo menos 1 osso por segmento (exemplo fêmur e tíbia, pé), porém a
avaliação subjetiva de simetria e normalidade pode ser utilizada, com a devida
experiência do examinador.
Impressão ou conclusão do
exame:
·
Observações
relevantes do exame (descrição de malformações, alterações diversas da
normalidade).
·
Possibilidades
de diagnóstico sindrômico.
·
Mencionar
limitações do exame. Exemplo: “O Estudo Morfológico não detectou alterações,
tendo-se que levar em conta as limitações deste método diagnóstico por imagem,
que pode detectar até 80% dos defeitos congênitos, especialmente os maiores e
cerca de 60% dos defeitos cardíacos congênitos.”
Outras Recomendações:
- Recomenda-se o amplo uso do mapeamento
doppler colorido durante a avaliação morfológica fetal, para tanto a
utilização deste recurso ser remunerada separadamente do exame.
- A ARGUS recomenda que a avaliação fetal
de 2º trimestre (22-24sem), seja complementada pela medida do colo via
transvaginal para rastreamento de trabalho de parto prematuro e pelo
Doppler de uterinas para rastreamento de pré-eclâmpsia e restrição
intra-uterina do crescimento fetal.
- Diante da prevalência e magnitude das
cardiopatias congênitas na morbidade perinatal, recomenda-se que avaliação
cardíaca no Estudo Morfológico seja o mais completa possível,
entendendo-se que os cortes cardíacos básicos devem fazer parte da
formação de todos ultrassonografistas que fazem este exame. Segundo a
ISUOG (International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology),
a avaliação cardíaca básica (corte de 4 câmaras e vias de saída), deve ser
realizada em populações de baixo risco, reservando-se a ecocardiografia
fetal para quando o risco superar aquele esperado para populações de baixo
risco. A avaliação cardíaca fetal exige formação e tempo de exame que
merecem remuneração adequada, acrescida ao valor da ultrassonografia
morfológica. Na impossibilidade de adequada avaliação cardíaca no US
morfológico ou a suspeita de malformação estrutural recomenda-se a
complementação por ecocardiografia fetal com doppler colorido.
- A avaliação dos ossos longos e pés
devem ser realizadas quanto a morfologia, dimensões, adequada orientação
anatômica, simetria e proporcionalidade com a estrutura heterolateral.
- A US Morfológica pode ser realizada em
qualquer fase da gestação, entretanto a de II Trimestre difere da
avaliação morfológica de I Trimestre por esta apresentar limitações
inerentes à fase de desenvolvimento fetal.
É limitada também se a avaliação morfológica for executada no III
Trimestre, devido à acentuada ossificação fetal e redução relativa de
líquido amniótico, que dificultam a adequada avaliação morfológica. Estas
limitações devem ser explicitadas no laudo médico, entretanto não impedem
o exame, especialmente se o bebê não teve sua morfologia avaliada
pormenorizadamente até o momento do exame.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Colabore com seu comentário.
Em breve ele será publicado no site.